13 dezembro 2005

As mediáticas eleições Presidenciais!

Apesar das eleições presidenciais só se realizarem em 2006, a segunda metade do ano de 2005 fica marcada por esta grande “bola de neve” que cresce a cada dia que passa. As escolhas dos candidatos, os tabus, as guerrilhas partidárias acompanhadas pelas “ birras internas”, os debates mediáticos e preparados a preceito pelas equipas de marketing politico de cada candidato, enfim os portugueses têm sido bombardeados por esta questão das presidenciais a toda a hora. Mas afinal quem ganha com isto tudo? Antes de mais, a comunicação social, os media, que têm explorado quase tudo o que se relaciona com os vários candidatos, desde a motivação para concorrer ao alto titulo da presidência da Republica até à cor de gravata preferida de cada candidato. O segundo e principal beneficiado com esta questão das presidenciais e a forma como tem sido debatida é sem duvida o primeiro-ministro José Sócrates. E isto porque desde que começou a ser debatida a questão das presidenciais as atenções que até aí recaíam sobre a formação do novo governo saído das eleições de 20 de Fevereiro e as soluções que o mesmo iria propor aos portugueses foram desviadas para as presidenciais, criando assim, um verdadeiro estado de graça ao governo de José Sócrates, que como sabem ou ainda se lembram está a governar o país e, lembro isto, porque para alguns isso parece ainda não estar a acontecer.
Permitam-me que vos lembre do ambiente que precedeu as eleições legislativas de 20 de Fevereiro, a crise económica, a instabilidade politica referida por Jorge Sampaio, a profunda onda de descrédito do governo de Santana Lopes apontado de ser incapaz de dar a volta a todos os problemas do país. Pois bem, o “salvador da pátria”, detentor de uma maioria robusta, o tal José Sócrates, eleito pelo partido socialista já governa há mais do dobro do tempo que foi concedido a Santana. Agora eu pergunto, o que mudou de lá para cá, o que mudou com José Sócrates, existe maior estabilidade politica? Pelo que sei, o homem com a pasta mais importante e determinante para a resolução dos males apontados até então a este país era o ministro das finanças, não durou mais do que 3 meses. Onde estão os tais milhares de empregos, onde está o crescimento da economia, onde está o bem estar social, onde está a baixa de impostos!?
Bem, os Portugueses também devem ter estas dúvidas, no entanto neste momento vivem anestesiados com as presidenciais. E apesar de anestesiados e bombardeados com toda esta campanha penso que a maior parte ainda nem sequer está esclarecido sobre a forma como funciona o cargo de Presidente da Republica, os seus poderes, as suas competências, até que ponto o mesmo pode intervir, ajudar ou até mesmo resolver os problemas do país. Sim, porque a avaliar pela campanha até parece que o vencedor vai num “passo de mágica” resolver os problemas deste país. Mas de que forma? Com que meios legais? Como? Este é o mal desta grande mediatização, que tudo desvirtualiza que desvia a atenção dos portugueses das verdadeiras questões, que não informa, que “pinta” toda esta campanha de cor de rosa, imbuída de um populismo demagógico que em nada ajuda os portugueses, criando-lhes falsas esperanças para um futuro cada vez mais duvidoso nesta Europa alargada a 25…

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