02 fevereiro 2007

REFERENDO!

A minha posição quanto ao referendo sobre a despenalização do aborto não vai de encontro aos defensores do sim ou do não, vai antes contra a o referendo.
Uma questão como esta que já foi referendada, precipitadamente é certo, não deveria voltar a ser alvo de um referendo.
A questão da despenalização do aborto e não a questão de ser ou não ser contra o aborto, foi sempre um dos temas que dividiu o nosso cenário politico, a direita contra, a esquerda a favor. Poderá não ser assim tão líquido, mas politicamente é assim que a questão é contextualizada. Pois bem, se a dita esquerda utilizou sempre este tema como uma das suas batalhas, não percebo como pode neste momento o partido socialista apoiado pelos partidos mais à esquerda como o PCP e o BE levar esta questão a referendo e, não adianta dizer que esta não é uma questão politica, pois veja-se o papel dos partidos a aumentar à medida que se aproxima o referendo.
A verdade é que ao partido socialista faltou coragem para assumir esta questão do aborto como uma causa sua, faltou coragem para utilizar a maioria dada nas urnas e que os legitima a alterar por si a legislação em vigor.
O referendo utilizado desta forma perde a sua eficácia e a sua importância, aliás note-se aqui a posição do partido socialista sobre o efeito vinculativo do referendo.
Outra das verdades é que o referendo ajuda o partido socialista, dando-lhe um período de tréguas, ou seja, o referendo desviou a atenção dos portugueses dos verdadeiros problemas do país e prendeu-os aos exaustivos debates e campanhas dos vários movimentos do não e do sim.
Nesta questão da despenalização do aborto estou contra os procedimentos, contra o método utilizado para a resolver. Talvez seja esta, uma das únicas posições em que estou de acordo com o PCP.

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