17 abril 2007

Esta notícia dá que pensar! Se isto é assim nas esquadras…

“Um agente da PSP foi agredido, por um homem, dentro da própria esquadra onde prestava serviço, na madrugada de domingo para segunda-feira. A situação ocorreu na esquadra que serve a estação ferroviária de Gaia e o agente, de 45 anos, com escoriações na mão, joelho e pescoço, teve de receber tratamento no Hospital Santos Silva.
«O homem estava possuído, quase me estrangulou», referiu ao PortugalDiário António Machado, agente da PSP há 25 anos. «Isto é a prova cabal do que já vimos a avisar há um ano», referiu o presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP/PSP), Paulo Rodrigues salientando que «falta uma gestão rigorosa dos recursos humanos na PSP», pelo que «em diversas esquadras do país» alguns agentes ficam «por vezes sozinhos» a assegurar o serviço nocturno «durante parte ou todo o turno».
Desde que António Machado foi agredido que, naquela esquadra, que conta com um dispositivo de apenas 18 homens, passaram a trabalhar dois agentes por noite. De acordo, com o agente, situações semelhantes já aconteceram, mas nunca com a mesma gravidade. «Há cerca de um ano, uma agente de Braga, foi desarmada por estranhos», durante a noite, na esquadra onde se encontrava, lembrou.
A associação sindical vai «voltar a pedir» ao Ministério da Administração Interna e à Direcção Nacional para evitar que alguns agentes fiquem sozinhos à noite nas esquadras e para que seja implantado um sistema interno de video-vigilância
O responsável da ASSPP/PSP culpa as «hierarquias superiores e comandos de esquadras» que preferem «mostrar o aparente policiamento de proximidade e negligenciam a segurança» dos agentes que ficam dentro das esquadras. O dirigente deixa ainda claro que a situação ocorre por ser preferido o policiamento de proximidade, mas que nem este «está adequado à realidade».
Às três horas da madrugada de segunda-feira, o agente António Machado foi abordado na esquadra por um homem que queria «apresentar uma queixa ridícula», explicou o agente ao PortugalDiário acrescentando que notou no estranho «um definitivo estado de embriaguez e de consumo de substancias ilegais». De acordo com o agente, durante a noite, é normal aparecerem «bêbados e delinquentes» naquela esquadra. O agente Machado não conhecia o individuo, mas sabe que mora perto daquele posto.
O polícia tentou dissuadir o estranho, que prontamente reagiu com violência. Durante 15 minutos, o agente e o homem «corpulento» estiveram num «dura batalha física» na qual Machado afirma quase ter sido estrangulado enquanto berrava pelo colega que se encontrava a dormitar nas camaratas do andar de cima e não o ouvia.
O colega acabou por perceber o desespero do agente Machado, «apareceu de cuecas» e usou gás nos olhos do estranho que fugiu deixando para trás o casaco com os documentos pessoais e a chaves de casa. «O meu colega saiu do serviço à uma hora da madrugada e, por acaso, ficou a dormir na esquadra», contou.
Os dois polícias informaram o carro patrulha e o arguido acabou por ser detido pelo próprio agente que tinha antes agredido. «Senti a minha vida em perigo. Ainda pensei usar a minha arma de serviço, mas mantive o sangue frio. Se lhe tivesse dado um tiro, hoje estaria eu na cadeia e ele solto», lamentou o agente, segundo o qual o detido foi presente a tribunal e foi libertado. «Não ganhamos para aquilo que passamos, mas não há que ter medo», contou António Machado que na noite seguinte voltou a fazer serviço nocturno.”

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