17 abril 2007

Sócrates, o “Chico Esperto”!

Ser ou não ser. No fundo é importante verificar se referências susceptíveis de colocar em dúvida a forma como o primeiro-ministro se licenciou merecem ser investigadas. Não para saber se merece ou não o título com que se apresenta, mas para verificar se agiu sempre de forma limpa, leal e legal. Era isso que os boatos que corriam um pouco por todo o lado punham em causa.
O dossier relativo à licenciatura de José Sócrates na Universidade Independente tem várias falhas. Há alguns documentos ou por assinar, ou sem data, timbre ou carimbo, tal como há elementos contraditórios, nomeadamente os relativos às notas atribuídas a José Sócrates.
Com tudo isto, o nosso 1º Ministro, afinal, também não resistiu ao atavismo dos títulos. Saltou de instituição para instituição. Somou equivalências. Fez exames ao domingo. E foi para casa diplomado, pondo-se a jeito para todas as dúvidas. A Ordem dos Engenheiros não o reconhece e não há nada a fazer. No entanto o dito engenheiro Sócrates tratou de auto titular-se, dando um pequeno e fatal sinal da lusa fraqueza na sua reverência pelos títulos.
Foi um sinal do seu profundo e pior portuguesismo.
Penso que o mais importante, é «terem arranjado um processo de equivalência» a José Sócrates «para lhe facilitar a licenciatura», isto numa altura em que Sócrates era já secretário de estado e uma figura em ascensão e promoção no partido socialista, esta é a realidade.
Sócrates prometeu apresentar esclarecimentos sobre a sua licenciatura na UnI, após o ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior decidir qual seria o futuro daquela instituição de ensino superior, mas sinceramente não vejo o que é que um assunto tem a ver com o outro, não percebi esta ligação. Apenas entendi que Sócrates uma vez desconfortável com a situação, optou por deixar queimar todos os trunfos da comunicação social e, aí sim, aparecer com “pele de cordeirinho”, vitimizando-se e dando esclarecimentos sobre todos os factos levantados. Compreendo, é uma das tácticas que pode ser utilizada politicamente neste casos.
Seria dramático vir inicialmente explicar-se e posteriormente ser confrontado com mais notícias que poderiam por em causa a sua defesa inicial.
Compreendo também, que não é preciso ser doutor ou engenheiro para desempenhar bem um cargo político, o que não compreendo é o caso de alguém que se intitula engenheiro civil quando na verdade não o é, e isto, revela-se mais grave vindo de um primeiro-ministro.
Pois bem! Alguém acredita que o processo de equivalências, a entrega tardia do certificado de habilitações para instruir esse mesmo processo, as quatro cadeiras dadas pelo mesmo professor, as notas altíssimas nessas mesmas cadeiras, sendo que as cadeiras de Betão Armado e Esforçado, Estruturas Especiais, Análise de Estruturas, Projectos e Dissertação são das cadeiras mais pesadas e difíceis deste curso de engenharia civil, fazer as quatro cadeiras num ano, ano esse em que é Secretário de Estado e como sabemos a politica absorve, e muito, a vida das pessoas, os diplomas passados ao domingo, tudo isto era possível a um cidadão comum?
Mais, é demasiado estranho a quantidade de lapsos que existem em todo este processo, são os erros na pagina do governo, nos livros da assembleia, nos registos da universidade, no diário da república, note-se, aquando da sua nomeação para Secretário de Estado, nas mais variadas apresentações de José Sócrates como engenheiro, enfim toda a gente se enganou Sr. primeiro ministro!!! O Sr. neste processo, é um humilde aluno, um politico cercado numa cilada, enfim um pobre coitado que devemos todos compreender e ajudar a ser melhor…Não conte comigo.
No tempo de Santana Lopes este processo teria sido imediatamente analisado por sua excelência o Presidente da República e poderia até dar lugar a classificação como trapalhada e eventual dissolvência da assembleia. Bom, mas os tempos eram outros e nessa altura, ainda, não havia a censura sobre a imprensa como hoje existe, não é Sr. José Sócrates?
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